O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, disse, em delação premiada à Polícia Federal, que o "gabinete do ódio" funcionava no 3° andar do Palácio do Planalto. Segundo ele, era desde local que o então presidente Bolsonaro difundia as mensagens produzidas. 

De acordo com a GloboNews, Cid confirmou que o "gabinete do ódio" existia e era uma estrutura composta por três assessores do governo Bolsonaro, que despachavam ao lado do presidente da República. Ele afirmou ainda que o objetivo do gabinete era sentir a temperatura das redes sociais e fazer contato com influenciadores digitais, que publicavam as pautas de interesse para o governo.

Não foi feita nenhuma menção ao teor desses conteúdos produzidos pelo "gabinete do ódio". No entanto, a PF afirma que esses conteúdos tinham ataques às instituições democráticas e principalmente aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo a descrição de Mauro Cid, os três funcionários eram Tércio Arnaldo de Tomás, José Mateus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz. Dois deles eram lotados na assessoria especial do Gabinete Pessoal de Jair Bolsonaro e um deles na Secretaria Especial de Comunicação.

De acordo com o relato do Mauro Cid, enquanto Bolsonaro cuidava do próprio perfil no Facebook, o "gabinete do ódio" e Carlos Bolsonaro administravam o Twitter, Instagram e outras redes sociais do ex-presidente. O depoimento do ex-ajudante de ordens foi prestado no dia 28 de agosto.